A Síndrome de Peter Pan se caracteriza por um conjunto de
comportamentos imaturos, de pessoas ‘dependentes’ (imaturidade emocional,
social, e/ou sexual) e que negam envelhecer (é o caso do homem que não sabe
ou não pode renunciar ser filho para se tornar pai).
Apresentam comportamentos narcisistas de dependência,
irresponsabilidade, rebeldia, abandono, fracasso, ansiedade, entre outros, e sua manifestação
é mais frequente nos homens do que nas mulheres.
Numa rodinha de mulheres, depois do tema ‘sexo”, este é o
assunto mais comentado: homens aborrecentes! Sim, chegam aos 30, 40, até aos 50 anos, ainda 'vivendo' a
imaturidade da adolescência.
Para a Psicologia a
irresponsabilidade é o resultado de uma educação extremamente permissiva por
parte dos pais, que não souberam impor limites ou punições no processo de criação e
educação dos filhos. Enquanto
a ansiedade nada mais é que uma ‘profunda insatisfação consigo – embora um
homem ‘maduro’ jamais demonstre pois costumam irradiar bem estar num primeiro
momento. Já o conflito sexual se instala quando estabelece a ‘clivagem’, que é
a divisão clara entre os papéis de homens e mulheres, onde geralmente ele nunca
se esforça para fazer parte de um relacionamento amoroso maduro.
Melaine
Klein descreve a clivagem como o mecanismo de defesa mais primitivo contra a
angústia. Neste mecanismo há uma cisão a nível do ego e do objeto primário: no
objeto as pulsões eróticas e destrutivas irão cindir atraindo o ‘bom’ e
afastando o ‘mau’ objeto, enquanto a clivagem do ego consiste em dois processos psíquicos
de defesa do ego: um voltado para a realidade, e o outro negando a realidade em
causa, colocando no seu lugar um produto de desejo, que faz surgir uma angústia
provocada pelas pulsões de morte, e funciona especialmente para separar o indivíduo
das pulsões de vida.
Talvez isto explique um pouco o comportamento cada vez mais
imaturo dos homens. Mas não se iluda achando que é boa o bastante para mudá-lo:
como este comportamento é a manifestação do resultado da educação recebida na
infância, psicólogos acreditam que a psicoterapia é o caminho mais eficaz para
tratar a síndrome*.
Embora eu concorde com eles porque AMOOO fazer psicoterapia, reconheço
que também existem outras formas alternativas direcionadas ao autoconhecimento.
O
tempo de tratamento é relativo e vai depender do progresso do paciente em terapia. Cabe à você
decidir se vale a pena ou não investir energia e aguardar ‘ele’ (ou ela) se resolver e
amadurecer. Isto é: se é que a pessoa se incomoda e reconhece que precisa de
ajuda.
* Lisane Luz Pacheco é psicóloga do Núcleo de
Apoio Psicológico (NAP), de Novo Hamburgo (RS).
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